“Quando se é cuidado, se aprende a cuidar”
A questão do abandono e da negligência na nossa sociedade são de ordem transgeracional. São gerações e gerações de pessoas que não tendo sido adequadamente cuidadas pelo Estado, não souberam exercer o cuidado no exercício de suas funções de cuidadores na vida adulta.
O presente projeto propõe o fortalecimento da tessitura familiar. A proposta é oferecer espaços terapêuticos e de reflexão com as famílias, sobretudo com as mães, avós e tias cuidadoras, sempre tão cobradas e sobrecarregadas pela sociedade, possibilitando o desenvolvimento de formas alternativas de sociabilidade que possibilitem a superação de dificuldades e transcendência da questão social. Esse projeto se realiza por meio de trabalhos manuais com teor terapêutico mediados por uma terapeuta antroposófica.
Proposta Terapêutica.
Sob a coordenação de Patricia Vieira*, o projeto nasce de um encontro com a metodologia antroposófica de atendimento integral com o desejo e necessidade da Bolsa de Valores Humanos em ofertar espaços de cuidados para as famílias de crianças, adolescentes e jovens que estão em serviços de acolhimento institucional. Inicialmente, temos a ideia de um espaço terapêutico cuidadoso para essas mães e avós, que na maioria dos casos são as referências de afeto e cuidado das famílias atendidas pelos serviços de acolhimento.
O caminho a ser trilhado é o início de um despertar para o autoconhecimento por meio de pequenos trabalhos manuais.
O objetivo principal é reconhecer habilidades e entrar em contato com a beleza, calor e utilidade de objetos que num primeiro olhar não tem esse sentido revelado.
Ofertar espaço de escuta, cuidado e trocas de experiências. A ideia é que pelo fazer, pela arte, pelo lúdico, as mulheres cuidadoras sintam o toque suave e o olhar atencioso de uma ação terapêutica.
*Patricia Vieira é Administradora, culinarista, educadora terapêutica e terapeuta social. Atua como terapeuta através da culinária e de trabalhos manuais.